Exército conclui inquérito e indicia militares e civis acusados de furtar 21 metralhadoras de quartel em SP

  • 21/02/2024
(Foto: Reprodução)
Oito pessoas eram investigadas por furto, peculato, receptação e extravio das armas em 2023. Investigação pediu prisões à Justiça Militar. Procurado, Exército confirmou conclusão do IPM, mas não informou número de indiciados e nem se alguém foi preso. Dezenove armas foram recuperadas. 8 metralhadoras foram encontradas pela Polícia Civil do Rio (foto à esquerda); e 9 armas acabaram achadas pela polícia de Carapicuíba, Grande São Paulo. Todas as 17 foram furtadas do quartel do Exército em Barueri, região metropolitana Leslie Leitão/TV Globo e Polícia Civil/Divulgação O Exército concluiu na semana passada a investigação sobre o furto das 21 metralhadoras de um quartel, ocorrido em setembro do ano passado, nem Barueri, na Grande São Paulo, e indiciou militares e civis acusados pelo sumiço das armas. Além do furto, eles foram responsabilizados por crimes como peculato, receptação e extravio. Dezenove armas foram recuperadas, outras duas ainda são procuradas (saiba mais abaixo). As informações foram apuradas pela reportagem. Oito pessoas, sendo seis militares e dois civis, chegaram a ser investigadas por furto, peculato, receptação e extravio das armas que desapareceram do Arsenal de Guerra São Paulo (AGSP) em 2023. A investigação pediu prisões de algumas delas à Justiça Militar. Procurado ´para comentar o assunto, o Comando Militar do Sudeste (CMSE) confirmou a conclusão do Inquérito Policial Militar (IPM) sobre o furto das armas, mas não informou o número de indiciados, quantos são militares e civis. Nem deu detalhes do inquérito, por exemplo, se as prisões foram decretadas, sob a alegação de que ele ainda está sob sigilo judicial. "O Comando Militar do Sudeste informa que o Inquérito Policial Militar (IPM) instaurado para apurar as circunstâncias do furto de 21 metralhadoras do Arsenal de Guerra de São Paulo, em Barueri (SP), foi finalizado no dia 16 de fevereiro. Na mesma data, foi remetido à Justiça Militar da União, que determinou a manutenção do sigilo das investigações", informa nota do Exército. O IPM foi encaminhado primeiro ao Ministério Público Militar, que decidirá se há elementos para denunciar os investigados. Depois, o seu posicionamento seguirá para a Justiça Militar, que avaliará se há ou não indícios para incriminar as pessoas acusadas e torná-las rés no processo. Se forem punidos, os militares poderão receber penas de até 50 anos de prisão, cada um, e depois serem expulsos do Exército. O CMSE também não confirmou se os militares indiciados foram afastados ou se continuam trabalhando. Os civis também podem ser responsabilizados criminalmente. Militares que furtaram metralhadoras do Exército podem receber pena superior a 50 anos de prisão Atualmente, 160 militares ainda estão aquartelados no Arsenal de Guerra de Barueri Reprodução/TV Globo Ao todo 13 metralhadoras antiaéreas calibre .50 e oito metralhadoras calibre 7,62 sumiram em setembro de 2023 do Arsenal de Guerra São Paulo (AGSP) em Barueri. O desvio só foi descoberto mais de um mês depois, em outubro, durante recontagem das armas. As câmeras de segurança do local haviam sido desligadas no dia do crime. Por esse motivo não há imagens do momento do furto. 21 metralhadoras do Exército são furtadas de arsenal da base militar em Barueri, Grande SP; 13 delas podem derrubar aeronaves De acordo com a investigação do Exército, militares furtaram as metralhadoras para negociarem elas com traficantes de drogas ligados à facções criminosas, como o Comando Vermelho (CV), no Rio, e o Primeiro Comando da Capital (PCC), em São Paulo. Exército ia cercar Rocinha quando armas apareceram Metralhadoras furtadas iriam para facções criminosas Com a ajuda do Exército, as polícias do Rio de Janeiro e de São Paulo recuperaram 19 dessas armas. Outras duas armas continuam sendo procuradas. Exército recupera 19 e procura mais duas armas 10 armas encontradas no Rio Metralhadoras recuperadas pela Polícia Civil do RJ Reprodução Dez metralhadoras foram abandonadas por criminosos dentro de veículos no Rio, sendo oito em 19 de outubro e duas em 1º de novembro. No documento da força de segurança fluminense, um policial contou que a Polícia Civil do estado negociou com integrantes do CV, por meio de interlocutores, a devolução das dez armas. Segundo o documento, os traficantes, um de apelido Dedei, e outro, conhecido por Capixaba, estariam de posse das metralhadoras. Segundo o policial, ele suspeita que as metralhadoras foram adquiridas por eles para atacar aeronaves e veículos blindados das forças de segurança. Quem é Capixaba, suspeito de fornecer metralhadoras do Exército à facção de traficantes do Rio O agente não informa o que teria sido oferecido em troca. Mas fontes da reportagem disseram que o acordo previa que militares e policiais não entrariam na comunidade onde a facção criminosa atua se devolvesse as armas em troca. Procurados pela reportagem, Exército e Polícia do Rio negaram esse acordo. Polícia Civil recupera no Rio 8 das 21 metralhadoras furtadas do Exército em São Paulo Exército e Polícia Civil do RJ encontram no Rio mais duas metralhadoras furtadas em SP 9 metralhadoras achadas em São Paulo Nove armas foram encontradas na lama em São Roque, interior paulista, segundo a polícia Divulgação/Polícia Civil Outras nove metralhadoras acabaram achadas em 20 de outubro em São Roque, interior paulista. Segundo a Polícia Civil de São Paulo, bandidos que estavam com as armas furtadas trocaram tiros com policiais e fugiram, deixando elas num lamaçal. Nenhum suspeito foi preso e ninguém se feriu. Metralhadoras furtadas do Exército encontradas pela polícia em São Roque, interior de SP, estavam escondidas em lamaçal; veja VÍDEO Segundo o Exército, todas elas são "inservíveis" e não teriam condições de uso. As metralhadoras seriam inutilizadas ou destruídas, de acordo com o Comando Militar do Sudeste. Seis militares e dois civis eram investigados Exército faz operação em busca de armas furtadas de arsenal de quartel em Guarulhos Reprodução/TV Globo No ano passado, o Exército apreendeu, com autorização judicial, celulares, computadores e máquina de pagamentos de cartões bancários nas casas de seis militares suspeitos. A Justiça Militar também determinou as quebras dos sigilos dos investigados. Exército apreende celulares, computadores e máquina de cartões com militares suspeitos de furtarem 21 armas de quartel Justiça Militar decreta quebra dos sigilos bancário e telefônico de sete militares suspeitos de furtar 21 armas de quartel do Exército Ainda em 2023, o Comando Militar do Sudeste chegou a pedir as prisões preventivas deles, mas elas foram negadas. O Ministério Público militar e a Justiça militar não concordaram com as detenções por entender que os argumentos e indícios apresentados eram insuficientes de que eles cometeram o furto. Justiça nega pedido do Exército para prender 6 militares por furto de armas de quartel De acordo com os investigadores, o furto das metralhadoras no quartel teria ocorrido durante o feriado de 7 de setembro, mas a descoberta dele só ocorreu no dia 10 de outubro. Um militar notou que o cadeado da sala de armas havia sido trocado e decidiu recontar o arsenal. As câmeras do local haviam sido desligadas junto com a rede elétrica. Exclusivo: militares desligaram intencionalmente rede elétrica do quartel do Exército de onde 21 metralhadoras foram roubadas Um cabo que era motorista pessoal do então diretor do Arsenal de Guerra teria usado o carro oficial do tenente-coronel que comandava o AGSP para transportar o armamento furtado. O comandante não teve participação no crime, mas foi substituído por outro diretor após o sumiço do armamento. Furto de armas do Exército: investigação indica que militares desligaram câmeras e usaram carro oficial de diretor do quartel Cabo suspeito de transportar 21 armas furtadas do Exército apresenta atestado médico para se ausentar de quartel em SP De acordo com o Comando Militar do Sudeste , as metralhadoras furtadas em Barueri foram fabricadas entre 1960 e 1990, e são "inservíveis". Ou seja, não estariam funcionando perfeitamente. E passariam por manutenção e seriam avaliadas. Possivelmente acabariam destruídas ou inutilizadas já que recuperá-las teria um alto custo. Dois traficantes foram apontados na investigação por terem recebido as armas furtadas. Segundo o Instituto Sou da Paz, esse é o maior desvio de armas do Exército desde 2009, quando sete fuzis foram roubados de um batalhão em Caçapava, interior paulista. Clique aqui e se inscreva no canal do g1 SP no WhatsApp MPM investiga 'aquartelamento' Sobe para 19 o número de militares em prisão administrativa no caso do furto de armas do arsenal do Exército O Ministério Público militar investiga também se houve irregularidades durante o "aquartelamento" da tropa após a descoberta do desvio das armas em 10 de outubro de 2023. Militares foram impedidos de sair do quartel até 24 de outubro. A medida é prevista pelo Exército em casos excepcionais, mas a Procuradoria apura se ele foi aplicada de forma legal no caso do furto das armas. Militares chegaram a ter os celulares recolhidos e foram ouvidos no inquérito para passar informações que poderiam levar aos culpados pelo desaparecimento das metralhadoras. Um cabo, que estava sendo investigado com um dos seis suspeitos de participar diretamente do furto, denunciou que todos eles foram agredidos durante o "aquartelamento" no Arsenal de Guerra, segundo sua defesa relatou à época ao g1.

FONTE: https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2024/02/21/exercito-conclui-inquerito-e-indicia-militares-e-civis-acusados-de-furtar-21-metralhadoras-de-quartel-em-sp.ghtml


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