Do grupo dos ‘cascudos’, nova espécie de peixe é descrita na bacia do Rio Parnaíba

  • 22/07/2024
(Foto: Reprodução)
Amplamente distribuída na bacia, espécie inclui indivíduos com manchas e melânicos. Nova espécie tem coloração marrom-amarelada com manchas escuras e arredondadas sobre o corpo Telton Ramos Uma nova espécie de peixe foi descoberta na bacia do Rio Parnaíba, que drena os estados do Piauí, Maranhão e Ceará. Segundo artigo publicado em neste mês, ela é amplamente distribuída na bacia. A espécie foi descoberta por pesquisadores do Instituto Peixes da Caatinga em parceria com as Universidades Federais do Rio Grande do Norte (UFRN), da Paraíba (UFPB) e de Alagoas (UFAL), além da Estadual de Maringá (UEM). A nova espécie pertence ao grupo de peixes conhecido como “cascudos” ou “chupa-pedra” e foi chamada de Hypostomus cari. A palavra “cari”, presente no nome científico, faz alusão à forma que os pescadores e ribeirinhos, que ajudaram os pesquisadores na captura de peixes e oferecendo estadia, chamam popularmente a espécie em sua região. "Um pescador chamado Antônio coletou vários exemplares da espécie e os congelou em sua casa durante alguns meses, tendo inclusive, o trabalho de etiquetá-los com informações precisas até que nós pudéssemos ir até Amarante (PI) coletar mais exemplares e trazer os que ele tinha para análises moleculares na UFRN", comenta Silvia Yasmin, primeira autora do artigo. O peixe Hypostomus cari tem coloração marrom-amarelada com manchas escuras e arredondadas sobre o corpo, além de apresentar alguns indivíduos melânicos, o que faz com que estes sejam muito mais escuros que os demais. Indivíduo melânico da espécie Silvia Yasmin Espécies desse grupo são achatadas e possuem a boca em forma de ventosa, característica que atribui a eles um hábito de viver nos fundos dos rios, se alimentando de pequenas algas que ficam aderidas ao substrato, geralmente pedregoso. Descoberta há anos A espécie foi descoberta a partir de pesquisas que, desde 2007, tem procurado estudar os peixes do Nordeste. Grande parte da região se encontra no domínio da Caatinga, bioma que durante muito tempo foi considerado pobre em sua biodiversidade. "Novos estudos, como a descoberta dessa nova espécie, têm mostrado que isso não é verdade, que a Caatinga tem uma rica diversidade e um elevado endemismo (espécies que só ocorrem nessa região)", explica Telton Ramos, coautor do artigo. Havia a suspeita que o Hypostomus cari era uma espécie nova desde 2012, segundo ele, mas só em 2020, durante o doutorado da Silvia Yasmin com taxonomia integrativa do gênero Hypostomus na região, que houve a confirmação que era uma espécie nova. O artigo sugere a classificação da espécie como Pouco Preocupante (LC), de acordo com critérios da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), e ressalta que a espécie foi encontrada na Estação Ecológica de Aiuaba, área protegida na bacia do Rio Jaguaribe, no Ceará. Tipo de localidade habitada por Hypostomus cari, no Alto Parnaíba, Maranhão Silvia Yasmin Taxonomia integrativa A taxonomia integrativa é uma linha de pesquisa para estudos taxonômicos e sistemáticos que vem sendo utilizada nos últimos anos para auxiliar na descoberta de novas espécies, bem como na resolução de questões de diversidade oculta. Silvia explica que se trata da integração de diversas características (morfológicas, genéticas, ecológicas, fisiológicas, comportamentais, entre outras) para a identificação dos táxons, bem como para a compreensão do processo evolutivo das espécies. "Para a resolução do objetivo do nosso estudo, utilizamos de abordagens morfológicas e genéticas para chegar à conclusão de que Hypostomus cari era uma nova espécie, diferente das demais analisadas no artigo", relata a pesquisadora. O diferencial do método é proporcionar mais segurança para inferir a delimitação de espécies e as relações evolutivas entre elas, por chegar aos resultados através de múltiplas fontes de evidência. De acordo com ela, a abordagem é usada para estudos de diversos grupos de animais, plantas e fungos. Contribuições Ainda segundo a publicação, além das contribuições taxonômicas de um dos mais diversos gêneros da região Neotropical, a descoberta representa um avanço nos estudos da fauna de peixes do Nordeste brasileiro iniciados no início do século 20. "O avanço das pesquisas sobre a ictiofauna dessa região tem alertado que ainda temos muito o que conhecer sobre a sua biodiversidade e para isso precisamos conservá-la, juntamente com seus ambientes aquáticos, pois temos risco de perder espécies antes de conhecê-las", diz Telton. VÍDEOS: Destaques Terra da Gente Veja mais conteúdos sobre a natureza no Terra da Gente

FONTE: https://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/terra-da-gente/noticia/2024/07/22/do-grupo-dos-cascudos-nova-especie-de-peixe-e-descrita-na-bacia-do-rio-parnaiba.ghtml


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