Filha da atriz Samara Felippo é alvo de racismo em escola de alto padrão em SP; alunas escreveram ofensa em caderno

  • 27/04/2024
(Foto: Reprodução)
'Cada vez que olho o caderno dela ou vejo ela debruçada sobre a mesa refazendo cada página dói na alma', diz Samara. Em comunicado às famílias, escola Vera Cruz diz que autoras foram suspensas. Samara Felippo em vídeo publicado no Instagram em 29 de dezembro de 2023. Reprodução Instagram/@sfelippo A filha de 14 anos da atriz Samara Felippo foi vítima de racismo na escola de alto padrão Vera Cruz, na Zona Oeste de São Paulo, na segunda-feira (22). Segundo Samara e o colégio, duas alunas do 9° ano pegaram um caderno da garota, que é negra, arrancaram as folhas e escreveram uma ofensa de cunho racial em uma das páginas. Na sequência, o caderno foi devolvido aos achados e perdidos. "Todas as páginas, de um trabalho de pesquisa, elaborado, caprichado, valendo nota, feito por ela, foram arrancadas violentamente e dentro do caderno havia a frase [racista]. O caderno já está em minhas mãos e um novo caderno já foi dado a minha filha", relatou Samara em uma carta a um grupo de pais da escola. O g1 procurou a Escola Vera Cruz por e-mail neste sábado (27), mas não recebeu retorno até a publicação desta reportagem. A atriz registrou boletim de ocorrência e afirmou que ainda não definiu se vai tirar a filha da escola. "Ainda estou digerindo tudo e talvez nunca consiga, cada vez que olho o caderno dela ou vejo ela debruçada sobre a mesa refazendo cada página dói na alma. Choro. É um choro muito doído. Mas agora estou chorando de indignação também." Alunas foram suspensas por tempo indeterminado Em comunicado enviado às famílias e obtido pelo g1, o Vera Cruz diz que, ao recuperar o caderno, a filha de Samara procurou a professora e a orientadora da série. "Imediatamente foram realizadas ações de acolhimento à aluna, de comunicação a todos os alunos da série, bem como a suas famílias. Desde o primeiro momento, mantivemos contato constante com a família da aluna vítima dessa agressão racista, assim como permanecemos atentos para que ela não fique demasiadamente exposta e seja vítima de novas agressões. Na circular enviada a todas as famílias no mesmo dia, solicitamos que todos conversassem com seus filhos sobre o ocorrido, e na terça-feira, dia 23 de abril, duas alunas do 9º ano e suas famílias compareceram à Escola, responsabilizando-se pelos atos", diz carta do colégio. Segundo o Vera Cruz, as alunas foram convocadas para devolver as folhas arrancadas do caderno e para serem informadas oficialmente sobre as sanções que seriam aplicadas – entre elas, a suspensão por tempo indeterminado. "A suspensão se encerrará quando entendermos que concluímos nossas reflexões sobre sanções e reparações, que ainda seguimos fazendo – fato também comunicado a todas as famílias diretamente envolvidas. Ressaltamos que outras medidas punitivas poderão ser tomadas, se assim julgarmos necessárias após nosso intenso debate educacional, considerando também o combate inequívoco ao racismo", diz o comunicado. 'Só quero que não convivam no mesmo espaço', diz Samara Samara diz que pediu a expulsão das duas alunas e que considerou a escola "omissa". "Sim, pedi expulsão das alunas acusadas pois não vejo outra alternativa para um crime previsto em lei e que a escola insiste relativizar. Fora segurança e saúde mental da minha filha e de outros alunos negros e atípicos se elas continuarem frequentando escola. Não é um caso isolado, que isso fique claro." Ao g1, a atriz conta que a raiva passou, mas que ainda quer a expulsão das adolescentes porque não sente segurança da filha ocupar o mesmo espaço. "Eu sinceramente quero que as pessoas envolvidas, agressoras, né, que são meninas de 15, idade da minha filha, se reabilitem mesmo. Eu quero bem delas, eu não quero mal de ninguém. Eu só quero que não convivam no mesmo espaço, onde poderão futuramente humilhar novamente e ofender e cometer outros atos de racismo contra ela." Samara diz que a filha já havia passado por episódios de preconceito anteriores, mas que só agora o "racismo se materializou". "Antes, ela queria não enxergar. Doía ver, só queria fazer parte de uma turma e era excluída de trabalhos, grupos, passeios, aceitava qualquer migalha e deboche feito pelas mesmas garotas, e seu nome sempre era jogado em fofocas, 'disse me disse' e culpada por atos que não cometia. Lembrando do caso do carregador que sumiu numa festa e a única acusada foi ela. [Não atribuo aqui esse caso as atuais agressora]." A atriz afirma querer levantar um debate sobre o que uma escola precisa fazer para ser considerada antirracista – como se coloca o Vera Cruz. "Tem algumas coisas na escola que eu não concordo. A política de cotas que eles adotam vai só até o quinto ano. Então, um adolescente negro que vai para a escola no sétimo, no oitavo, no nono ano, não vai se sentir representado, vai ser um ambiente hostil, majoritariamente branco. Eu quero levantar um debate assim: o que é uma escola antirracista de qualidade?" "Porque essas meninas [que agrediram a filha da atriz] estudam desde sempre no Vera [Cruz], e cometem um tipo de ato como esse. Então, não está fazendo efeito, você não está fazendo efeito (...) Tem que refazer, tem que repensar, tem que fazer mais." Educação antirracista perde espaço nas escolas 2 décadas após lei que obriga ensino de história afrobrasileira

FONTE: https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2024/04/27/filha-da-atriz-samara-felippo-e-alvo-de-racismo-em-escola-de-alto-padrao-em-sp-alunas-escreveram-ofensa-em-caderno.ghtml


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